terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Tomi Ungerer

Escritor, pintor, escultor, designer, ilustrador, cartoonista, inventor, surrealista, activista político, defensor de causas (...) feroz moralista e "moldador de mentes infantis". 

Num brilhante artigo sobre a vida e a obra de Tomi Ungerer, em 1999, The Guardian elencava-lhe desta forma as múltiplas facetas. Mais do que a colecção de diamantes  Elizabeth Taylor, acrescentava.


Provocador, irreverente, rebelde, mordaz, cáustico... 
São apenas algumas adjectivações indissociáveis do Homem  que molda igualmente o universo da literatura infantil. Para Ungerer não há temas proibidos para a infância. As crianças devem saber que o mundo está povoado também de coisas más e estar preparadas para elas.


Os Mellops marcaram-lhe o inicio da viagem pela literatura infantil, com estrondoso êxito. Flix foi um marco e Ungerer viu o seu trabalho reconhecido da melhor forma, recebendo em 1988 o prémio Hans Christian Andersen.
É dele, o último livro editado pela Bags of Books, O Homem da Lua.


Este é um magnífico álbum ilustrado. A sua maior grandeza é a intemporalidade.


A componente de crítica social e a finissíma mordacidade, em momento algum  nos permitem esquecer quem é o seu autor.  Este é um livro que só Ungerer poderia ter escrito.


Um dia, o Homem da Lua decide vir à terra para se divertir. O acontecimento seria certamente merecedor de comemoração, não fora o ilustre visitante ter sido recebido por um "comité de inteligentes" e ter acabado preso.


Numa conjugação de esforços, generais, políticos, homens comuns transformam-lhe a  passagem por aqui num verdadeiro inferno. 


Perante o desconhecido, o diferente, assistimos àquilo a que em linguagem infantil se poderia chamar o desfile de  uma parada de "tótós"... 


Entre muitas outras coisas, Ungerer  já foi Embaixador para a Infância e Educação e também eleito  um dos "500 world leaders of influence". Em Novembro, fez 80 anos. Diz estar a trabalhar em mais de uma dezena de projectos. Que bom, dizemos nós!
Ainda criança, viu a professora escrever sobre ele, "This boy is perverse and subversive".
Haverá mais como ele?

Sem comentários: